domingo, 29 de julho de 2012

POESIA: COM O PÉ NA ESTRADA E A CABEÇA NO FUTURO




Com o pé na estrada e a cabeça no futuro, eu vou
Sem medo dos obstáculos
Com medo da paralisia
Sem medo dos enfrentamentos
Com medo da apatia
 
Com o pé na estrada e a cabeça no futuro, eu fui
Ganhei experiência
Perdi a paciência
Ganhei amizades
Conheci verdades
 
Com o pé na estrada e a cabeça no futuro, chorei
Sorri para a natureza
Sorri ao ver belezas
Sorri do cansaço
Sorri a cada passo
 
Com o pé na estrada e a cabeça no futuro, sorri
Chorei de emoção
Chorei sem razão
Chorei de prazer
Chorei por sofrer
 
Com o pé na estrada e a cabeça no futuro, parti
Deixei amigos
Deixei família
Ficou lembranças
Ficou ternura
 
Com o pé na estrada e a cabeça no futuro, voltarei
Para construir o presente que tanto sonhamos...


Fabrício Lopes

quarta-feira, 25 de julho de 2012

POESIA: SEM RÓTULOS



Escrevo para não ser lido, confesso
Falo para não ser entendido, disperso
Vejo para não ser reconhecido, disfarço
Ouço para não ser enganado, é fato

Idéias perdidas
Canções esquecidas
Retratos rasgados
Telefone, desligado

Portas fechadas
Distancia sensata
Horizonte perdido
Dias de consolação

Paraiso do Inferno
Gravata que não combinou com o terno
Imposição dos princípios modernos
Que não deixou o diferente surgir...

Salve a novidade
Sem demagogias
Salve a novidade
Sem as opressões
Salve a novidade
Sem alarde
Salve a novidade
Sem a depressão

Que o novo possa surgir quando achar necessário!

Sem rótulos!


Fabricio Lopes

.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PRO BRASILIA FIANT EXIMIA



"PRO BRASILIA FIANT EXIMIA"

Em homenagem aos combatentes Heróis de 32, hoje alguns poucos senhores, mas que naquele período, aguerridos soldados em defesa de uma Constituição para o Brasil, reproduzo aqui neste espaço a poesia "Nossa Bandeira" de Guilherme de Almeida, com intuito de mais uma vez refletirmos as contradições históricas existentes em nosso país, fruto das contradições políticas das ditaduras.

Queiram, ou não. Concordem, ou não. Mas quem estava lá na linha de frente para mais uma vez lutar era a Juventude. Jovens Paulistas que não fugiram à responsabilidade de pegar em armas e derramar o seu sangue na defesa dos preceitos democráticos.

Salve os combatentes Heróis de 1932, que hoje, na sua maioria, maior de 90 anos, ainda nos enchem de alegria, entusiasmo, coragem e jovialidade... 


NOSSA BANDEIRA
Poesia de Guilherme de Almeida





Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas.
São treze lanças de guerra.
Cercando o chão dos Paulistas!

Prece alternada, responso
Entre a cor branca e a cor preta:
Velas de Martim Afonso,
Sotaina do Padre Anchieta!
Bandeira de Bandeirantes,
Branca e rota de tal sorte,
Que entre os rasgões tremulantes,
Mostrou a sombra da morte.

Riscos negros sobre a prata:
São como o rastro sombrio,
Que na água deixava a chata
Das Monções, subindo o rio.

Página branca pautada
Por Deus numa hora suprema,
Para que, um dia, uma espada
Sobre ela escrevesse um poema:

Poema do nosso orgulho
(Eu vibro quando me lembro)
Que vai de nove de julho
A vinte e oito de setembro!

Mapa de pátria guerreira
Traçado pela Vitória:
Cada lista é uma trincheira;
Cada trincheira é uma glória!

Tiras retas, firmes
Quando o inimigo surge à frente,
São barras de aço guardando
Nossa terra e nossa gente.

São dois rápidos brilhos
Do trem de ferro que passa:
Faixa negra dos seus trilhos
Faixa branca da fumaça.

Fuligem das oficinas;
Cal que as cidades empoa;
Fumo negro das usinas
Estirado na garoa!

Linhas que avançam; há nelas,
Correndo num mesmo fito,
O impulso das paralelas
Que procuram o infinito.

É desfile de operários;
É o cafezal alinhado;
São filas de voluntários;
São sulcos do nosso arado!

Bandeira que é o nosso espelho!
Bandeira que é a nossa pista!
Que traz no topo vermelho,
O coração do Paulista!