domingo, 12 de julho de 2015

POESIA - CONTAMINAÇÃO




Chego tarde
Saio cedo
Sem medo
Com razão

Olho a paisagem
Vejo a trairagem
Não me empolga 
Tal situação 

Falsidade que impera
Vaidade que emperra 
CO2 na atmosfera 
Ganância e selvageria 

A criança quer o pão 
O adulto quer o emprego
Há quem queira um carrão 
Há quem só queira sossego 

Na disputa cotidiana
Se mata pela grana 
Muita gente que não faz sua parte
Mas é o primeiro que reclama
Alimenta a bandidagem
Quem só quer levar vantagem 
Vive do ciclo corroído
Contamina a atualidade

Na caixinha, sem informação 
Há uma crise sistêmica
Tudo vira polêmica
Não há mais cortesia
Mentiras parecem verdade
Nessa disputa desigual 
Repetitivo, carcomido, sem critério
Tudo fica banal

E quem trabalha o ano inteiro
É questionado até de brincar carnaval

Fabrício Lopes