segunda-feira, 19 de junho de 2017

A FADIGA DA VAIDADE E DO IMPROVISO

A fadiga da vaidade e do improviso
É possível juntar os melhores atletas e formar um grande time, mas no esporte ganha quem forma a melhor equipe. É preciso transcender a área de competição e envolver desde os funcionários, simpatizantes, associados e atletas, até a comunidade onde cada um esteja inserido.

Porém parece que no Brasil continuamos a não enxergar que para obter resultados é preciso mais que boa vontade e intuição. Acima de tudo é preciso planejamento, organização e transparência.

Se faz necessário compreender que o esporte vai além da força física ou da habilidade individual do atleta. Os resultados positivos são a tradução do conjunto de fatores e estruturas que só podem ser simples, mas desde que funcione e possua o envolvimento coletivo, passam a regar bons resultados e realimentar o planejamento e a organização para desafios ainda maiores.

Mas infelizmente estamos muito distantes de algo pelo menos parecido com isso. Vivemos dentro de um modelo ultrapassado que continua a privilegiar os interesses individuais, a vaidade e o improviso. Desprezam quem estuda e busca entender de forma mais apurada o funcionamento das organizações e da gestão de resultados.

Possuímos uma geração de dirigentes que se acham donos da verdade, são algozes de sonhos e não compreendem que o esporte é um transformador da realidade de uma nação.

Tive desde muito cedo a oportunidade de me arriscar nas atividades esportivas. Minha pouca habilidade, a alimentação inadequada, as condições impróprias e os empecilhos da vida que na fase adulta se transformaram em desleixo, não me garantiram ser um atleta de alto rendimento.

Porém, o legado mais importante foi aprender que com respeito, humildade e dedicação é possível superar o limite individual e fazer de cada passo uma vitória em equipe. Quem continua a usar o desprezo, ganância e arrogância para tratar coisas do esporte, sempre viverá às margens da conquistas.

O esporte tem a força! Ele é capaz de parar guerras, salvar vidas, unir nações, eternizar talentos. Deve ser tratado com carinho e responsabilidade, independente dos resultados.

Espero que nosso país possa viver dias melhores. Que minha geração, especialmente, deixe de apenas ficar encantado com o êxito alheio e se envolva mais para que possamos ter novas conquistas. Não adianta apenas flertar com os sonhos, ficar reclamando e na hora de tomar a decisão deixar nas mãos dos mesmos.

Não importa se você é o atleta, o dirigente, o sócio, o torcedor, o patrocinador ou qualquer outra função. Entenda que cada detalhe é importante quando falamos de equipe. O primeiro passo para obter êxito é ter coragem para enfrentar os medos e atitude para construir em conjunto! O esporte não combina com a covardia e o culto à vaidade individual.


*Fabrício Lopes é Gestor Público