quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ARTIGO - MUDE A REALIDADE, FAÇA POLITICA

Mude a realidade, faça política.
Por Fabrício Lopes*

Recentemente, após uma apresentação, fui questionado sobre o que me fez entrar e permanecer na política. Na sequência, surgiram esparsos comentários e sussurros que supunham os tais motivos.
Uns diziam que era por dinheiro. Outros por emprego fácil. Chegaram a dizer que era para não precisar estudar. E qual minha reação? Sorrir!
Não por deboche, mas pela coragem da pergunta e dos comentários.
Propus então uma reflexão para aquelas pessoas e afirmei que entrei e permaneci na política, pelo mesmo motivo que elas entraram e permaneceram aquele dia na minha apresentação.
Devia haver algo ali que as cativou a se dirigir ao local e algum motivo que instigou cada uma a permanecer. Creio que não foram as minhas surradas palavras, mas talvez algo que nem mesmo elas sabiam que possuíam.
Ninguém entra ou sai da política. O ser humano é naturalmente político. Cabe a cada um fazer o bom uso das suas habilidades políticas ou se contentar em ficar reclamando de que ninguém presta e que nada dá certo.
Trago hoje essa passagem a público por um motivo especial. Depois desse dia, resolvi buscar um pouco mais da minha curta trajetória de vida política e tentar enxergar através dela quais os passos foram dados para que chegássemos até aqui.
Graças aos meu pais, desde sempre fui estimulado a formular e transcrever minhas opiniões, diante disso, em vários momentos, sem o advento da internet, muito menos condições para ter um telefone em minha residência, meu contato com o mundo se fazia através das cartas.
O fato é que diante das dificuldades em armazenar documentos e outros registros, muita coisa se perdeu ao longo do tempo, mas nada que me desanimasse em buscar as raízes dos meus propósitos.
E para minha felicidade, fui além das minhas expectativas ao encontrar o rascunho de uma carta que enviei ao Secretário de Educação do Estado de São Paulo, a época Carlos Estevam Aldo Martins, questionando os dizeres do então candidato Barros Munhoz do PMDB na sucessão de Luiz Antônio Fleury Filho ao governo de São Paulo.
Parece que foi ontem, mas a data na imagem não me deixa mentir, já se passaram duas décadas. O mais gratificante é saber o quanto foi valioso os estímulos familiares.
Talvez se fosse hoje, minha reivindicação possuísse maior visibilidade através das redes ou somente fosse mais uma reclamação dentre tantas outras, caso eu não houvesse decidido algum tempo depois canalizar esses mais diversos sentimentos que me fizeram por diversas vezes enviar cartas às mais diversas pessoas, do Ministro da Educação até o editor da revistinha que acompanhava a cesta básica que recebíamos da prefeitura.
Compartilho hoje essa boa lembrança com o intuito de mostrar que a política existe dentro de cada cidadão. Porém ela precisa ser estimulada e valorizada, e não ser vista e difundida de forma distorcida como acontece hoje por culpa de péssimos legisladores e administradores públicos.
O futuro pode ser melhor, depende de nós seguir na direção certa e não abrie mão dos nossos sonhos. Façamos a boa política!



*Fabrício Lopes é Gestor Público

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