Vou pra roça
Plantar alface
Fugir desse desastre
Chamado cidade grande
Onde a comida fica cara
A intolerância e a fome se espalham
E cada vez estamos mais distantes
Vou pra roça cuidar da terra
Sentir o ar puro
Ver florescer a primavera
Contemplar a liberdade
Deixar o tempo passar manso
Balançar na rede
Beber água da fonte
Vou pra roça cuidar dos animais
Cozinhar no fogão a lenha
Ver o sol nascer no quintal
O orvalho da noite secar lentamente
Das roupas que ficaram durante a noite no varal
A cidade está mudada
Muita gente apressada
Que não sabe onde vai
Um disputa constante
Onde o respeito está distante
Entre tantas pessoas iguais
Empurra, aperta, reclama
Sempre quer tirar vantagem
Não importa a idade
Nem a classe social
Reclama a todo momento
Parece que perderam o sentimento
Se apoderaram da ganância
Que rejeita dos idosos
Ignora as crianças
Sempre fica procurando
Um culpado para tudo
Nunca faz a sua parte
Diz que o mundo é imundo
Só não percebeu ainda
Quem de fato é vagabundo
Vou pra roça
Escutar a minha bossa
Ficar descalço no quintal
Tocar viola mansinho
Ouvir o cantar livre do passarinho
Contemplar o bailar da natureza
Sonhar com um mundo melhor
Vou pra roça
Fazer colcha de retalho
Na varanda do destino
Busco a vida ideal
De dia tenho muito trabalho
A noite posso fazer Carnaval
Fabrício Lopes
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