Palavras dosadas
Em compassos
Possui importância
Se faz necessária
Letra por letra
Preenche o vazio
De folhas em branco
Carregam notícias
Talvez um segredo
Desvendam mistérios
Transportam esperança
Vai passar em muitas mãos
Até ser entregue
De forma aleatória
Aos desconhecidos
Humanos esquecidos
Até para desaparecidos
Uma mistura de ideias
Com variável de sentidos
Se o endereço é correto
Faz o caminho certo
Há quem receba perplexo
Sem saber por qual razão
Euforia que desperta
Uma curiosidade
De saber por qual motivo
Tenha sido escolhido
Abre com pressa
Um papel pardo
Quase uma aposta
Um tiro no escuro
Momento de esperança
De receber notícias
Reviver lembranças
Quando surge a surpresa
Não entende motivo
Alívio ou abismo?
Um estranho lhe escreve
Informando o ocorrido
Precisa agir rápido
Para não correr perigo
Algumas desprezadas
Outras devolvidas
No verso o carimbo
Cravou qual a sorte
Alguns se mudaram
Uns se esconderam
Teve o desesperado
O não procurado
E quem a ampulheta
Já estava esgotada
De volta enviada
Carregam consigo as marcas
E as feridas do tempo
Retornam à origem
As datas impostas
O papel amassado
A ausência de resposta
O dono da escrita
Será o encarregado
De dar fim ao itinerário
Propor outros caminhos
Largada, imprensada, mofada
Em um canto empilhada
Sem qualquer opção
Registra em um texto imponente
Um final decadente
Sinal de novos tempos
Talvez só velhas táticas
Na ausência de boas práticas
Triste desfecho
Cumpriu seu ritual
No bailar das cartas
Com destino incerto
O futuro é virtual
*Fabrício Lopes
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